Há um ano, o mundo decretou oficialmente o início da grande crise global. Em setembro de 2008, o banco norte-americano Lehman Brothers foi deixado à própria sorte. As semanas que se seguiram à quebra de um dos maiores bancos de investimento do mundo foram de grande agitação. Inicialmente, o impacto dessa falência estremeceu os mercados financeiro e imobiliário. Mas, rapidamente a crise repercutiu em todos os setores da economia. Com poucas exceções, os mercados de ações, títulos e moedas despencaram ao redor do mundo. O sentimento que pairava ao final do ano era o de um pessimismo que beirava o catastrofismo.
Essa crise, porém, já era pré-anunciada. Nas últimas décadas construiu-se a crença de que era muito rápido e fácil ganhar dinheiro. O mercado altamente especulativo, os ativos supervalorizados e as apostas excessivamente altas eram apenas alguns sinais daquele mundo irreal. É claro que esse processo originário no setor privado contou com certa complacência dos órgãos reguladores, sejam eles, os bancos centrais, os governos, as bolsas de valores ou os mecanismos de fiscalização das companhias.
O Brasil também foi atingido pela crise, porém, em virtude dos bons fundamentos da nossa economia somados às grandes reservas internacionais, à existência de um sistema financeiro sólido e à maneira correta como o governo agiu desde o início, fomos muito menos afetados que outros países. A decisão do governo de substituir a perda da demanda externa pelo aumento do consumo interno se mostrou uma equação inteligente e adequada para superar as dificuldades e iniciar o processo de retomada.
Hoje, vemos com satisfação que o Brasil sai desta crise em condições excepcionais. A divulgação dos últimos dados mostra que já voltamos a crescer; recuperando empregos, e é cada vez maior o interesse dos investidores internacionais por nosso país. Sempre fui otimista em relação ao nosso futuro. E hoje esse meu sentimento está ainda mais forte. Acredito muito na economia brasileira.