No final da tarde de quarta-feira, 22 de setembro, o homem que República escolheu como o destaque de 1999recebeu em seu escritório da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, em São Paulo, a notícia de sua condenação pelo Superior Tribunal de Justiça a um ano e quatro meses de prisão por crime contra o sistema financeiro. Naquela noite, Abilio dos Santos Diniz, 59 anos, presidente do Grupo Pão de Açúcar, recepcionava para um jantar festivo os seus novos sócios do grupo francês Casino, o qual acabava de adquirir 26% do capital do Pão de Açúcar. O maior negócio privado do ano no Brasil, rendeu aos cofres da empresa R$1,6 bilhão – ou quatro fábricas como aquela que a Ford tanto fez para implantar na Bahia.